Artigo - Bicentenário da Imigração, momento ímpar para o avanço nas relações humanas

28/04/2024 (Atualizado em 29/04/2024 | 10:25)

Por Elton Weber, deputado estadual

Estamos no ano do Bicentenário da Imigração Alemã, oficialmente festejado em 25 de julho, mas que já mobiliza a sociedade gaúcha, com celebrações pelo Rio Grande do Sul e convites no Exterior. Além de ser um momento de reafirmação da diversidade cultural e das tradições enraizadas pela influência deste povo trabalhador que chegou ao Brasil em busca de uma vida melhor, o Bicentenário é oportunidade ímpar para reconhecer o papel dos imigrantes no desenvolvimento econômico e social, na geração de emprego e renda, ms também para reconhecer a sua contribuição para a formação do cooperativismo no Brasil.


A história evidencia que a experiência cooperativista europeia chegou ao Rio Grande do Sul através do Pe.Theodor Amstad em 1902 e sob a inspiração do jesuíta, conhecedor da experiência alemã de cooperativismo, instalaram-se em comunidades rurais do Sul do país as primeiras cooperativas de crédito e agrícolas como a Caixa Rural (hoje Sicredi Pioneira), em Nova Petrópolis, município considerado berço do cooperativismo gaúcho.


Não fosse a influência germânica, o cooperativismo não seria hoje do tamanho que é nem teria o peso que tem no Produto Interno Bruto (PIB) do Rio Grande do Sul, um setor que reúne mais de 3,5 milhões de associados, principalmente dos ramos agropecuário, saúde, crédito e infraestrutura, com faturamento na casa de R$ 80 bilhões.


Além disso, assistimos nas últimas décadas a outro reflexo da imigração: a geração de oportunidades para brasileiros na Alemanha, onde atualmente vivem, trabalham ou estudam 160 mil cidadãos do Brasil, transformando o país no quarto da Europa a receber brasileiros, segundo o Ministério das Relações Exteriores. Certamente, o intercâmbio de pessoas é um dos maiores legados da imigração.


Apesar de toda a tecnologia que nos coloca em contado imediato com o mundo, que nos permite rapidamente cruzar fronteiras, que o Bicentenário possa propiciar novas co-irmandades, estreitando laços entre os povos e fortalecendo intercâmbios. Temos que valorizar esta oportunidade, pois esses 200 anos nos provaram que temos muito a evoluir a partir da troca de experiências humanas nos mais diversos segmentos.

Fonte: Artigo publicado no Jornal Correio do Povo